sexta-feira, 23 de março de 2012

Um sonho lúcido

Imagens! Imagens! Imagens! Muitas vezes, quando ainda não sabia, me indagava de onde vinham as milhares de imagens que invadiam os meus sonhos, porque era imagens do tipo que nunca tinha visto na vida real estando acordado. Tudo começou quando estava aconchegado entre meus cobertores, era inverno e a tarde fria era convidativa para cochilar, por isso peguei um livro de Augusto Cury na estante e deitei-me para ler, mas acabei dormindo. Sentindo meu corpo formigar comecei a sonhar, e nesse sonho, a todo tempo estava sendo atingido por reflexos de uma luz muito brilhante, que ao mesmo instante passava sequencialmente imagens que nada tinham a ver com a realidade. Tinha a sensação de estar caindo, depois de estar voando... Na verdade não sabia para onde estava indo, o que me confortava era a sensação de paz. Ohhh paz que já havia esquecido! Devo ter morrido! ¬ Logo pensei. Deparei-me com uma mulher linda, de olhos verdes que me dizia: " Siga em frente!" Me perdi, queria ao menos saber qual o motivo para tanto delírio. À minha volta havia deuses e demônios. Gritos uivantes e cantos suaves. Me via vestido de imperador e me via nu, e outra vez de imperador e assim por diante... Voltar, voltar, voltar era só o que em meus pensamentos eu mais suplicava. E voltei. Vi um homem deitado, de pele clara, robusto, de cabelo escuro e um nariz bem pontudo e olhos cerrados, que embaixo das pálpebras eram azuis. Este homem com semblante triste, era eu. Inerte na cama. Deitado sob o corpo que não se movimentava, era como se tivéssemos, eu e o corpo, nos desprendido eternamente um do outro. Foi quando descobri que tinha o poder de comandar meus pensamentos. Aonde eu pensava ir, era lá que eu chegava. Não titubeei, mesmo não sabendo o que estava acontecendo, se tinha falecido ou enlouquecido, fui seguindo o caminho para a lua, desertos, geleiras, Europa. Lugares lindos, mulheres incríveis, prazeres incontáveis. Mas alguém começou a gritar, gritar muito meu nome – Johnny, Johnny. Abalado pelo desconforto sobressaltei-me na cama, saí correndo em direção à porta. Não era ninguém. Acordado, sentei-me no chão, ainda perturbado com gritos povoando minha mente. E as imagens, as imagens agora eram distorcidas, delirantes, incoerentes. Fechei os olhos e esperei que tudo disso fosse embora. Mas quando abri os olhos vi com mais clareza algo familiar, que aos poucos foi se distanciando... Do que vi lembro bem pouco. Mas entendi que a única coisa que eu não podia esquecer era aquela voz amiga, que me dizia " Siga em frente! " E eu seguirei sempre!

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